quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Verão '11 - Terras quentes

Foi no Verão passado que, pela primeira vez, coloquei os pés no Alentejo (apesar de não me ter aventurado muito para o interior). Desde o primeiro instante, tudo foi puro amor. O ar quente, o cheiro adocicado, as pessoas pacatas, o tempo, tempo, tempo, espraiado!... Os bichos molengões, as noites frescas, o céu imensamente estrelado. As árvores baixas, as sombras apaziguadoras, e o pôr-de-sol numa varanda de altíssimas delícias! Ali, no meu primeiro contacto com estas terras quentes, confirmaram-se as existências que atencederam a minha, acordando em mim a costela do meu remoto bisavô alentejano, em sobressalto. Sim, eu sou do campo, eu sou do quente, e o meu coração descobriu um lugar novo para chamar casa.

Também foi no Verão passado que, pela primeira vez, tive real e intenso contacto com gentes algarvias (apesar de já ter estado no Algarve há uns valentes anos). O seu sotaque ímpar, a sua franqueza simples, o riso fácil que acompanha uma timidez cautelosa... A forma como se vão deixando conquistar, vagarosa e cuidadosamente, e o abraço que abrem quando, mutuamente, temos os corações entranhados, as expressões de genuíno carinho e a descontração de quem vive tranquilo... Tudo neste povo me encanta e me deleita, e só alimentam em mim a vontade de visitar Alfandânga, Olhão, Fuzeta, Faro e outros locais que tais, indo para perto dos amigos (os campistas e os crescidos), que me alimentaram de calorosa alegria. Sim, eu sou da praia, dos chinelos, dos pés descalços, dos risos que se vão conhecendo cada vez melhor.

A minha casa é, definitivamente, uma terra quente.

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