
Fotografia da minha autoria (com uns efeitos a mais), dos tempos em que eramos um verdadeiro grupo de teatro.
Quando queremos muito fazer qualquer coisa , temos esse desejo , essa ânsia de alcançar qualquer objectivo nosso , satisfazer qualquer vontade , ceder a tais caprichos ... para que é que nos detemos a pensar nas razões que nos conduzem a tais sentimentos ?
‘A razão é escrava das paixões’ , já dizia Hume . Mas nós , ou talvez apenas eu , devo , de alguma maneira , ser escrava dessa razão . Assim , tudo isto não deve ser mais que uma hierarquia em que a escrava da escrava , sou eu .
Sim , paro bastante tempo para pensar nas razões que me levam a querer tanto tal coisa , querer ver-te , estar contigo , ouvir a tua voz , o teu doce toque . Partilhar tempo contigo .
Ao invés disso , apenas desperdiço esse tempo de acção em pura inércia ; em vez de escravizar a razão para atingir as minhas paixões , deixo-me dominar pela imensidão de ‘ses’ que saltam não sei de onde para atormentar cada pensar em ti , cada querer-te aqui .
Sim , podia muito bem acabar com toda esta situação pelo simples facto de pegar num telefone e discar o número que há tanto tempo sei de cor (ou pelo menos penso saber) , esclarecer tudo com palavras sinceras e directas , sem meias voltas , como eu gosto (e sempre gostei) de fazer .
Mas , infelizmente para mim , houve um dia da minha vida em que deixei que a acrasia fizesse sentido por alguns segundos , e não te falei. ‘Só hoje’ , pensei naquela altura . ‘Hoje não consigo quebrar esta barreira . Hoje dá-me trabalho , custa-me um pouco mais do movimento do miocárdio . Hoje é mais fácil deixar-me vencer pela inércia, pelo medo .’
E ali me deixei ficar . Até que o ‘hoje’ se transformou em mais dias , e esses dias se transformaram em mais meses , e os mesmos meses se tornaram anos . Ainda penso , ou melhor , ainda ajo irracionalmente , e mantenho esta filosofia fastidiosa e deprimente , e ainda deixo que o medo , que se mascara tão bem (mas tão bem) de razão , me faça sua escrava . E me prenda os movimentos quando tenho de te acenar , de te sorrir , de caminhar até ti .
Quanto tempo mais vou ter de permanecer neste estado ‘bola de neve’ que sozinha criei para mim ? Quanto tempo mais vou tapar os olhos e os ouvidos ao óbvio , e ignorar o acelerar do bombear do sangue cada vez que vislumbro o meu passado , contigo inserido nele ?
Procuro lucidez . Com urgência .
-*-
Um Beijo
*
3 comentários:
HUM ...
Gostei sim ...sim!*
sera que a menina esta apaixinada!*
upa upa ! =P
AMOTE*
Para quê usar palavras bonitas para descrever um sentimento de tristeza?
Sim que tu usaste e abusaste das palavras bonitas..mas as ideias...
Não gosto dessa tua faceta.. talves seja lamechas demais para o meu gosto.. afinal apesar de tudo, a menina parece estar "caidinha" por alguem!! :P
E isso não é tão mau assim..
Não dramatizes e vai em frente :P
jk ;)
e bjs **
Adorei tudo o que escreveste, mas queria só fazer um pequenino comentário (se isso for possível da minha parte...) ao último parágrafo. Com que então procuras lucidez, e com urgência? Pois, eu rejeito a lucidez, e tudo o que lhe seja inerente! «De poetas e loucos todos temos um pouco!». E se queres que te diga, eu aproveito ao máximo a minha loucura sã.
Sensatez? Lucidez? Nunca! Simplesmentto rejeito tal coisas...
Afinal de contas, apenas os loucos sabem realmente apreciar os prazeres intrínsecos que a vida nos proporciona. Só eles podem realmente dizer o que sentem (o que a maioria desta população mesquinha não faz) sem serem censurados.
Loucura? Que venha ela com todo o seu vigor. E com urgência!
Beijinhos * * * * * * * +
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