terça-feira, 27 de junho de 2006











Fotografia da minha autoria (com uns efeitos a mais), dos tempos em que eramos um verdadeiro grupo de teatro.



Quando queremos muito fazer qualquer coisa , temos esse desejo , essa ânsia de alcançar qualquer objectivo nosso , satisfazer qualquer vontade , ceder a tais caprichos ... para que é que nos detemos a pensar nas razões que nos conduzem a tais sentimentos ?

‘A razão é escrava das paixões’ , já dizia Hume . Mas nós , ou talvez apenas eu , devo , de alguma maneira , ser escrava dessa razão . Assim , tudo isto não deve ser mais que uma hierarquia em que a escrava da escrava , sou eu .

Sim , paro bastante tempo para pensar nas razões que me levam a querer tanto tal coisa , querer ver-te , estar contigo , ouvir a tua voz , o teu doce toque . Partilhar tempo contigo .
Ao invés disso , apenas desperdiço esse tempo de acção em pura inércia ; em vez de escravizar a razão para atingir as minhas paixões , deixo-me dominar pela imensidão de ‘ses’ que saltam não sei de onde para atormentar cada pensar em ti , cada querer-te aqui .

Sim , podia muito bem acabar com toda esta situação pelo simples facto de pegar num telefone e discar o número que há tanto tempo sei de cor (ou pelo menos penso saber) , esclarecer tudo com palavras sinceras e directas , sem meias voltas , como eu gosto (e sempre gostei) de fazer .

Mas , infelizmente para mim , houve um dia da minha vida em que deixei que a acrasia fizesse sentido por alguns segundos , e não te falei. ‘Só hoje’ , pensei naquela altura . ‘Hoje não consigo quebrar esta barreira . Hoje dá-me trabalho , custa-me um pouco mais do movimento do miocárdio . Hoje é mais fácil deixar-me vencer pela inércia, pelo medo .’

E ali me deixei ficar . Até que o ‘hoje’ se transformou em mais dias , e esses dias se transformaram em mais meses , e os mesmos meses se tornaram anos . Ainda penso , ou melhor , ainda ajo irracionalmente , e mantenho esta filosofia fastidiosa e deprimente , e ainda deixo que o medo , que se mascara tão bem (mas tão bem) de razão , me faça sua escrava . E me prenda os movimentos quando tenho de te acenar , de te sorrir , de caminhar até ti .

Quanto tempo mais vou ter de permanecer neste estado ‘bola de neve’ que sozinha criei para mim ? Quanto tempo mais vou tapar os olhos e os ouvidos ao óbvio , e ignorar o acelerar do bombear do sangue cada vez que vislumbro o meu passado , contigo inserido nele ?

Procuro lucidez . Com urgência .



-*-

Um Beijo

*

3 comentários:

Anónimo disse...

HUM ...

Gostei sim ...sim!*

sera que a menina esta apaixinada!*

upa upa ! =P

AMOTE*

Anónimo disse...

Para quê usar palavras bonitas para descrever um sentimento de tristeza?
Sim que tu usaste e abusaste das palavras bonitas..mas as ideias...
Não gosto dessa tua faceta.. talves seja lamechas demais para o meu gosto.. afinal apesar de tudo, a menina parece estar "caidinha" por alguem!! :P
E isso não é tão mau assim..
Não dramatizes e vai em frente :P

jk ;)
e bjs **

Anónimo disse...

Adorei tudo o que escreveste, mas queria só fazer um pequenino comentário (se isso for possível da minha parte...) ao último parágrafo. Com que então procuras lucidez, e com urgência? Pois, eu rejeito a lucidez, e tudo o que lhe seja inerente! «De poetas e loucos todos temos um pouco!». E se queres que te diga, eu aproveito ao máximo a minha loucura sã.

Sensatez? Lucidez? Nunca! Simplesmentto rejeito tal coisas...

Afinal de contas, apenas os loucos sabem realmente apreciar os prazeres intrínsecos que a vida nos proporciona. Só eles podem realmente dizer o que sentem (o que a maioria desta população mesquinha não faz) sem serem censurados.

Loucura? Que venha ela com todo o seu vigor. E com urgência!

Beijinhos * * * * * * * +