quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Foi um fio de bruma que aqui se depositou, após outro, que se seguiu ao que primeiro veio. Foi uma poeira leve que se tornou camada de grosseiro pó. A janela sujou-se do pouco uso que tinha, por já não se escancararem as portadas, de se aquietar com o tempo que esvoaçava para lá dos vidros.

Agora desmonta-se a sanefa e lavam-se as cortinas. Limpam-se as vidraças, abrem-se as portadas. O sol alumia a madeira húmida e sua parca cor. O pó que o pano não agarrou fugiu pelas frestas largas.

E a janela, devido ao fundo limpo, tornou a ser azul.