terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Tanto para dizer e tão poucas palavras

Caro leitor e/ou cara leitora:

Tenho sido (ainda mais) inundada por bênçãos nos últimos tempos. Fui deixando passar os dias, deixando os relatos em banho-maria, dentro de mim, sem partilhar com quase ninguém a importância destas minhas vivências mais recentes. Por essa razão, hoje deixo-vos apenas uma música, uma melodia para embalar a tarde. Apesar de só conhecer o CD em que a encontrei, Buenos Aires 2001 é uma das minhas preferidas deste senhor (Ismael Serrano). Dado que a única maneira de a partilhar com vocês é através dos afamados vídeos do youtube, as imagens que acompanham o vídeo transmitem uma mensagem que não me pertence (pelo menos não neste contexto). Assim, o meu conselho é que o caro leitor e/ou a cara leitora se deixe embalar de olhos fechados, atentando nas notas bonitas que compõem esta harmonia.



Sem mais nada a acrescentar e com votos de um resto de dia agradável e apetecível,

Um beijinho*

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Morrer a rir (ou morrer de rir)

Caro leitor e/ou cara leitora:

Há muito tempo que não escrevo, é bem certo. As razões são bem sabidas, não adianta mencioná-las. Porém, enquanto viajava num dos autocarros de regresso a casa, ao observar a chuva e os vidros embaciados deste, surgiu uma ideia para um texto, que escrevi assim que tive oportunidade. Aqui está ele, sujeito às criticas que o caro leitor e/ou a cara leitora deseje tecer acerca dele.

Retiro-me prontamente, pois marquei um encontro inadiável com os livros e cadernos.

Um beijinho*

-*-

Há muito tempo que não a ouvia rir. Tinha saudades desses momentos, esses picos emocionais, esses minutos em que o ar se enchia de gargalhadas audíveis. Há muito tempo que isso não acontecia, e eu queria muito que ela risse. Queria que ela respirasse fundo no fim do exercício e ficasse com uma expressão de contentamento estampada no rosto. Queria fazê-la rir com gosto, com vontade, para que ela pudesse recuperar um pouco daquele seu espírito saudável, literalmente saudável, porque agora não ria por estar doente; extremamente doente. Apesar disso a minha inocente teimosia insistiu dentro de mim, dizendo que bastaria um riso esboçado, bastaria mostrar alguns dos seus dentes direitos, para que eu me sentisse satisfeita e alegre por contemplar o seu ar feliz.

Assim, resoluta mas serena, aproximei-me da cama e comecei a relatar um dos nossos episódios favoritos, de há muito, muito tempo, de quando éramos novas e descuidadas, novas e sedentas de viver o que tínhamos pela frente; contei como se de uma história se tratasse, e ela já sorria abertamente de olhos fechados, só a recordar a lembrança. Aquele gesto entusiasmou-me tanto que deixei o meu discurso discorrer e continuei a relatar, a narrar aquele episódio de forma tão detalhada que o meu íntimo se orgulhou da minha memória. E eis que chego ao clímax da mesma: “Então, tu abriste a cortina e olhaste para mim, com aquele vestido pequeno demais e duas botas, a do pé direito no sitio correcto e no pé esquerdo, outra bota igual; também do pé direito.”
Pronto. Tinha conseguido. Ela explodiu a rir, ria muito, ria alto, gargalhava com vontade; a minha imagem (naquela figura) na sua mente, fê-la despertar, sair da prisão que era aquela doença e respirar mais ar de uma vez só, como se de um pássaro, que descobre a porta da gaiola aberta, se tratasse.

As gargalhadas dela não paravam, vieram as enfermeiras assistir, deleitadas como eu, à recuperação das cores que há tanto tempo ela não tinha. As enfermeiras sorriam e chamavam os médicos que a acompanhavam para verem também. Já se sabe, depois de se rir muito tosse-se um pouco, para recuperar o fôlego. E como já era previsto, ela tossicou, com a mão em frente da boca, bem-educada que era. Tossicou mais um pouco e naquela altura era suposto ela acalmar-se, suspirar de contentamento. Eu já estava tão satisfeita, tão deleitada a observar o maravilhoso pôr-do-sol que gingava preguiçosamente do lado de lá da janela, tão contente por vê-la rir novamente, que nem dei conta do seu ar extasiado, com uma incontrolável vontade de rir. Por querer tanto rir, continuou a tossir, porém ainda a sorrir. A tosse tornou-se mais violenta, tossia agora alto, ao invés de gargalhar como queria. Aquela tosse aflitiva alarmou-me, o que se estaria a passar? E ela tossia, mais e mais, incessantemente, perturbadoramente, incontrolavelmente. Agora estava espelhado no seu rosto que não conseguia parar de tossir.

Uma enfermeira saiu do seu posto de observação e dava-lhe instruções, “levante os braços!”, “erga a cabeça!”, “respire fundo!”, enquanto lhe aplicava palmadinhas nas costas. E ela, com uma tosse tão descontrolada que já se aproximava do vómito, já não podia respirar. Agarrou-se então ao peito e ajoelhou-se no chão (tinha escorregado da cama com tanta agitação); as enfermeiras rodeavam-na, queriam entubá-la, aplicar-lhe uma máscara de oxigénio, mas era impossível; estando tão curvada e aflita, ninguém conseguia auxiliá-la a colocar-se na posição horizontal, tão facilitadora nestas circunstâncias. Os médicos chamavam mais enfermeiras e tentavam ergue-la, colocá-la na cama, sem qualquer sucesso; ela deixava-se escorregar por entre os seus dedos. Agora fazia lembrar uma pessoa asmática, arfava, tentava respirar, tentava adquirir algum ar, acabar com aquele sufoco, pior que o sufoco doentio em que antes vivia. Arfava muito, intensa e demoradamente, arregalava os olhos como se o ar pudesse entrar directamente por ali e viajar até aos seus pulmões. Eu não sabia o que fazer, estava atordoada. Queria apenas fazê-la rir, só isso! Não queria que o seu riso provocasse um ataque destes. A culpa instalava-se, o remorso, a auto-agressão começou a fazer-se sentir quando enfim percebi que o seu último respirar estava para breve.

E depois, depois de tantos gritos, agitação, pedidos de ajuda, tentativas de ventilação frustradas, depois disso, depois de tudo!, ela suspirou longamente, desenhou um sorriso muito ténue no seu rosto, e morreu. Morreu. Morreu porque teimei em fazê-la rir. Teimei em fazê-la viver, reviver um pouco. Ao tentar fazê-la sentir o pulsar do seu peito, fiz também com que este parasse. Ela estava simplesmente a rir, só queria fazê-la rir! Mais nada! Não queria que ela tossisse, que ela se sentisse mal! Que ela morresse. Queria vê-la rir, fazê-la sentir.

Ela morreu a rir. E desse dia em diante eu vivo a chorar.



-*-
P.S. Tirei a fotografia num desses dias bons, de Verão. A modelo chama-se Nádia Mota.
P.P.S. Não adianta tentar estabelecer uma relação entre a fotografia de cada texto e o mesmo. É que não existe nenhuma.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Mais uma de "Feliz 2008"

Caro leitor e/ou cara leitora:
Bom dia! Dormiu bem? Descansou esses neurónios em constante absorção de informação? Tomou um pequeno-almoço à medida dos gastos energéticos do seu corpo? Espero bem que sim. Peço desculpa pela ausência destes dois dias, a causa desta foi a minha querida mãe, que precisando de utilizar o único computador existente em casa não mo pode ceder; consequentemente nada de actualizar o blog. Entretanto os dias correm, preenchidos e compridos demais para se contarem no dia seguinte. Hoje quero partilhar coisas desta manhã com o caro leitor e/ou a cara leitora. Recebi (mais um) e-mail “Feliz 2008”. “Lá vamos nós outra vez”, pensei enquanto esperava que a janela se abrisse. Porém deparei-me com um e-mail diferente, que não falava (directamente) em amor, paz, sucesso, alcançar os sonhos, e todos esses clichés que viajam pelas bocas e caixas de correio electrónico de toda a gente. Por isso, e porque a paciência para enviar o e-mail a não-sei-quantas pessoas é nenhuma, coloco-o aqui tal e qual como o recebi. Se achar conveniente, partilhe-o também, caro leitor e/ou cara leitora.









Por enquanto, é apenas isto. Talvez volte a colocar aqui qualquer coisa ao final da tarde, uma tentativa de reflexão proveniente das experiências diárias.

Um beijinho*
P.S. É um e-mail brazuca, mas creio que se percebe a mensagem. Se a imagem estiver demasiado pequena, não deixe de clicar na mesma para ler a mensagem nela contida. (:

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ser velhinho (ou velhinha, claro!)

Caro leitor e/ ou cara leitora:

É domingo! O dito dia do descanso, aquele em que se está na cama até mais tarde, que se aproveita para descansar (quando existe tempo para tal, como é óbvio). Ao domingo de manhã não é meu hábito ficar a dormir, prefiro levantar-me e ir até à igreja. Não, não é uma igreja católica que frequento; sou membro de uma igreja evangélica baptista. Apesar de me custar levantar da cama cedinho, é sempre preferível passar as horas matutinas de domingo naquela Casa, com aquelas pessoas de quem me fui tornando intima, do que ficar a dormir (cheguei a esta conclusão após ter feito a experiência).

Assim sendo, depois de voltar da igreja, estive a ajudar nos preparativos da chegada dos meus avós paternos, que viajaram para o Luxemburgo e regressam daqui a poucos minutos. Aproveito a pausa entre as lides caseiras e a ida ao aeroporto para relatar aqui um pouco do meu dia e discorrer-me em reflexões. Hoje apetece-me conversar com o caro leitor e/ou a cara leitora sobre velhice. Passo a explicar: as memórias que tenho dos meus tempos de pequena contrastam fortemente com que hoje experimento das vivências dos meus avós. Lembro-me de ligar aos meus avós (aos quatro sem excepção) uma imagem de resistência, sabedoria, energia, originalidade e uma paciência infinita. Lembro-me das minhas avós cuidarem de mim, e de vê-las cuidar dos meus irmãos e primos. Das brincadeiras que tínhamos, das coisas que nos mostravam e das lições que nos transmitiam. Lembro-me dos passeios que dava com os avôs, das histórias mirabolantes que contavam, histórias suas e histórias do mundo. Lembro-me de gostar dos poucos cabelos grisalhos que tinham, da maneira engraçada como a sua pele ficava à volta do olhos e de me sentir segura perante figuras com espíritos tão fortes.

E agora, porque já cresci e já aprendi que também o corpo e a mente se degradam, se consomem e envelhecem, vejo os meus queridos avós a perecem perante o tempo, perante a vida. Vejo as mazelas dos seus corpos, as doenças que os atacam mais vezes, a forma como lhes custa lembrarem-se do que comeram anteontem; a sua energia esmorece, o que outrora foi paciência hoje é um pouco de casmurrice e assim vão ficando até ao fim dos seus dias. Sinto saudades dos olhos que os viam como super-heróis, tão conhecedores de tudo e com tantas soluções. Hoje os meus olhos vêem-nos como almas carregadas de experiência e cérebros cheios de ideias que os seus corpos já não conseguem acompanhar.
A velhice, caro leitor e/ou cara leitora, deve ser uma das coisas que mais me atormenta; sentir o corpo deixar de responder com rapidez, sentir o cérebro funcionar mais devagar por já ter perdido muitos neurónios pelo caminho, sentir a velhice.

Os meus avós não parecem importar-se muito com isso. Sim, ficam todos queixosos quando aparecem as ditas dores e as doenças típicas da idade, mas aproveitam as boas coisas que a velhice traz: os netos, o facto de serem apaparicados por toda a gente, a ajuda dos filhos já crescidos e outras coisas que tais. (entretanto já os fui buscar ao aeroporto, já conversámos e regressei para publicar este texto). Visto ter de aproveitar o tempo que me resta para estar com os avós esta noite, aqui me despeço, caro leitor e/ou cara leitora, com o propósito de voltar amanhã.

Um beijinho*




P.S. A fotografia foi tirada no Porto, no Parque da Cidade, ao capim que lá existe.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Uma nhanhinha e meia

Caro leitor e/ou cara leitora:

São 19:57 e estou com uma preguiça tremenda para escritas, reflexões e assuntos que tais. Ontem, não por vontade mas por força das circunstâncias falhei o post diário; os planos modificaram-se e ao invés de passar o serão em casa fui assistir ao ensaio do grupo de teatro que costumava frequentar. Por querer aprender a tocar saxofone, tive de optar e parar um ano. Só este ano. Entretanto, aproveitei aquelas horas fugazes o máximo que pude; mal posso esperar por voltar efectivamente.

Ontem também tive aula de psicologia (para meu deleite), falámos de expectativas, atitudes e a força destas duas componentes. Peço imensa desculpa mas hoje estou deveras preguiçosa, não tenho vontade nenhuma de descrever exaustivamente qualquer tipo de assunto. Vou, no entanto, procurar um texto já escrito; vamos lá ver se encontro alguma coisa minimamente decente.

São agora 20:16 e não encontrei nada. A mamã precisa do computador, precisa de trabalhar. Caro leitor e/ou cara leitora, hoje vejo-me obrigada a escrever quase nada. Amanhã será um novo dia.

Um beijinho*
P.S. É que nem tempo tenho para escolher uma fotografia, para aperaltar o post -.-'

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Psicologices

Caro leitor e/ou cara leitora:

Espero encontrá-lo/a bem de saúde, pois acredito ser uma bênção. Com o frio intenso que se faz sentir e as numerosas chuvadas que não cessam, estar bem de saúde é com certeza uma mais valia preciosa. Espero também que, se for um estudante, se encontre bem disposto/a e não como a maioria das pessoas desta categoria com quem me cruzei hoje: revoltadas com o facto de as aulas terem começado numa quinta-feira; estas benditas quinta e sexta-feira bem nos podiam ter sido gentilmente oferecidas para mais uns momentos de preguicite. Como não sucedeu tal coisa, e em conformidade com o que ontem escrevi, mais vale tirar partido da situação e aproveitar o que de bom a escola tem (e este ponto deixo ao critério do leitor/leitora).

Voltei então à rotina: ouvir o despertador tocar às seis e meia da manhã e deixar-me dormir até às sete e meia (é a hora de mentalização que me concedo, aquele tempo em que luto contra o ímpeto mandrião que me tenta dominar). Levanto-me e colaboro na preparação dos lanches dos mais pequenos e dos pequenos-almoços, caso seja necessário. Apronto-me, alimento-me e apanho dois autocarros até chegar à escola. Aí assisto às aulas, almoço nos dias em que é impossível vir a casa para o fazer, assisto a mais aulas e regresso para casa com ajuda de mais dois autocarros. Soa enfadonho? Garanto que não o é. Recuso-me a “enfadonhar-me” com os meus dias.

Hoje por exemplo: no primeiro autocarro rimos a bom rir com as peripécias típicas do fim de ano de cada um, pois todos insistem em contar o que de especial se passou e em perguntar que acontecimentos marcaram a festa dos demais. (Nos outros dias encontramos sempre outro qualquer assunto do qual rir, nem que seja o senhor que tira macacos do nariz sorrateiramente, pois não quer ser visto por ninguém. Os autocarros e meios de transportes públicos em geral são fontes inesgotáveis de peripécias e acontecimentos inusitados. Basta não ser sisudo e observar). Durante as aulas o cérebro está ocupado, trabalha, procura soluções para determinados problemas, memoriza e relaciona conhecimentos. Também se dá o caso de existirem aulas mais especiais, como as de psicologia (por exemplo), em que, para além de se assimilar a matéria, também se brinca, também se ri, também se faz palhaçadas (mas num volume pouco audível). E depois, claro, há os tempos mortos, os intervalos, as pausas para almoçar, aqueles momentos de convívio, de socialização, de alguma proximidade (não muita! O que se quer é uma proximidade superficial; nada de coisas que revelem demasiado a essência de cada um).

Como está bem patente, todos os dias parecem iguais, mas todos eles encerram um marco especial que os faz serem menos rotineiros, menos normais. Todos eles são sentidos de diferentes maneiras, sem descurar o mau dia a que toda a gente tem direito. O marco do dia de hoje foi, sem dúvida, a aula de psicologia; não pela parvoíce que reinou em alguns momentos na fila em que me encontrava, mas pelos assuntos ali referidos. Ora veja o caro leitor e/ou a cara leitora se não concorda comigo. Falou-se, entre outras coisas, de cognição social, da maneira como somos levados a conhecer o outro e deixamos o outro conhecer-nos. No limite, a pergunta que foi imposta à turma pelo professor foi a seguinte: será que podemos mesmo afirmar que conhecemos a outra pessoa, o seu verdadeiro íntimo? Ou melhor, será que podemos afirmar que nos conhecemos a nós mesmos? (engraçado, não é Zaqueu?). Não, óbvio que não, e creio não ser necessário alongar-me em grandes explicações sobre a complexidade que é cada ser humano, comum a uma espécie, individual na maneira como constrói o seu universo. Porém, e porque cada um de nós necessita de sentir cumplicidade, amor, empatia, fabricamos matrizes, inserimos cada pessoa em determinadas categorias, que nos conferem uma sensação ilusória de que as conhecemos; dizemos que são simpáticas ou mesquinhas, extrovertidas ou azedas, etc. A sociedade, a cultura que nos afoga em maneiras de fazer, de sentir e de agir, ensina-nos também a pensar que conhecemos alguém, e arranja inúmeras justificações para isso.

Assustador, não é? Pensar que agimos assim (porque agimos!) de forma sossegada e indiferente, não nos apercebendo que nos sentimos bem quando catalogamos pessoas, alegando conhecê-las. E no entanto, é este universo dúbio que caracteriza cada ser, que nos fascina e nos imprime vontade de o conhecer, de o catalogar mais um bocadinho, de nos aproximarmos dele e tentarmos reconhecer nele pistas para algumas coisas que desconhecemos dentro de nós. Assustador, mas fascinante! “O espelho reflecte mas não nos vê; só outra pessoa pode ser um verdadeiro espelho para um ser humano; somente as pessoas nos podem responder com sentimentos (…)” (S. Asch)

Cessam aqui as minhas reflexões. E perdoe-me se puder, caro leitor e/ou cara leitora, a enormidade deste texto.

Um beijinho*
P.S. A fotografia foi tirada em Outubro do ano passado (ahahaha, o trocadilho da época), a uma árvore da escola adjacente à minha.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Começar de novo


Caro leitor e/ou cara leitora:

Boa tarde. De hoje em diante, ou pelo menos quando me sentir com disposição para tal, dirigir-me-ei a si desta forma, como se escrevesse uma carta. É a maneira em que me sinto mais à vontade para escrever, como se conversasse com alguém através de uma folha, neste caso, através da página de um blog.
Fiz algumas alterações aqui na “casa”; remodelei a fachada e movi alguns móveis. Espero que lhe seja agradável à vista. Se não for, caro leitor ou leitora, não terá mais remédio senão clicar no dito ícone do canto superior direito que lhe permitirá não mais olhar para aqui. Existem outras alterações que não estão tão visíveis como as que acabei de referir. Essas serão mais perceptíveis ao longo dos dias, ao longo dos textos que espero publicar; são outras mudanças, não por ter entrado num novo ano, mas porque já era tempo de estas se darem.


Mas deixemo-nos de rodeios. Espero sinceramente que o leitor ou leitora que me acompanha tenha passado de 2007 para 2008 de óptima saúde, que se tenha divertido e festejado este novo começo, o início de mais um ano de vivências. Na verdade, eu sou apologista de se festejarem novos começos várias vezes por ano; todas as manhãs seria o ideal, acordar e estar grato por mais um dia, mais um começo, mais uma oportunidade de respirar. Como é óbvio, nem todas as manhãs se faz isto; às vezes a disposição não é das melhores, o simples facto de se ver contrariado o desejo de ficar a saborear o quente dos cobertores ou a maciez do colchão já é motivo para rabujar ao invés de se aproveitar o bónus horário que nos foi dado. Ainda assim espero que o leitor ou leitora destas linhas tenha um 2008 repleto de festejos; seja todas as manhãs ou não, que se veja rodeado de oportunidades e acontecimentos dignos de festejos, e festejos grandiosos!
Dito isto e sem mais nada a acrescentar, despeço-me aqui, esperando voltar amanhã para escrever (e ser lida, evidentemente!) mais um pouco.


Um beijinho*


P.S. Sei que esta “carta” está escrita num registo formal e depois me despeço com “um beijinho”, marca deveras pessoal. Não, não me vou corrigir; quero manter esta “etiqueta”, não tenho de mudar tudo, tudo, tudo!, não é? Só estou a admitir o erro.
P.P.S. A fotografia foi tirada pelo Jónatas, de três anos, na viagem de regresso do encontro de dia 5 de Outubro, em Água de Madeiros.