quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Em Leiria, regreso do acampamento.




'E neste dia, só quero dizer que desejo que sejas feliz, que te mantenhas íntegra como até agora, e que nunca deixes que ninguém te violente a mente.'








Sim papá, também te amo.



*




sábado, 13 de janeiro de 2007

Regresso a casa, fotografia tirada de dentro do comboio, a um pormenor da estação de Aveiro, salvo erro.




Num local ruidoso e repleto de vidas, eu estou isolada.
Toda eu isolada. Excepto o meu corpo. Fiz de mim uma ilha, isolando os meus canais auditivos para o ambiente exterior.
Ouço as outras vozes, mas ninguém se esforça por se aproximar. Nem com os olhos.


Debruço-me sobre um livro e, sem qualquer espécie de aviso prévio, aprendo uma lição que me marca a alma como uma queimadura. Sei que se algum dia a minha mente não a quiser recordar, terá de enfrentar a enorme cicatriz que esta lição deixou.
Porém, não há quem se aperceba desta súbita transformação, desta revolução interior que me fez entender a maneira incorrecta e leviana com que tenho levado certas descobertas.


Alguém grita por mim, e eu respondo distante.


Comportar-me como um indivíduo socialmente inserido não é o meu objectivo momentâneo.
Agora, quero mais é mergulhar no livro que contém imensas ideias que se desencontram das minhas, mas que traduz em imagens e palavras sábias as lições que queimam.
Para eternamente.




-*-





“Levantou-se o foi até à janela do seu quarto, olhar Dublin adormecida.
Lembrou-se do pai, que costumava fazer isso quando ela acordava com medo.
A lembrança trouxe-lhe de volta uma outra cena da sua infância.

Estava na praia com o pai e ele pediu-lhe para ver se a temperatura da água estava boa. Ela tinha cinco anos e ficou contente por poder ajudar; foi até à beira da água e molhou os pés.
- Molhei os pés, está fria – dissera.
O pai pegou-a ao colo, caminhou com ela até à beira do mar e, sem qualquer aviso, atirou-a para dentro de água. Ela apanhou um susto, mas depois ficou contente com a brincadeira.
- Como é que está a água? – perguntou o pai.
- Está boa – respondeu.
- Então, daqui para a frente, quando quiseres saber alguma coisa, mergulha nela.”








Brida, Paulo Coelho (pág. 77)



Um Beijinho*