segunda-feira, 24 de julho de 2006



Procuro reencontrar vestígios deste sentimento em recados, papéis e sonhos desfeitos, espalhados pelas gavetas e armários do meu ser.
Não encontro. Chego à bela conclusão de que nunca antes me senti assim.
Tão desesperadamente só.
Sim, sei que tenho pessoas especialmente fantásticas que sempre me deram a mão quando eu precisei, e que seguramente continuarão a fazê-lo.
Mas nem o seu imenso carinho e apoio preenche este vazio tremendo que de mim se apodera com uma força nunca antes vista.
Era suposto não me sentir assim, tão desamparada. Mas a minha muralha de força desabou por completo, anulando qualquer hipótese de alguma vez ter sido sólida.
O abraço, o conforto, a certeza de que por mais que qualquer coisa acontecesse tudo ficaria bem no final, foge-me por entre os dedos qual a fina e seca areia de uma bela praia.
E por mais belo que tudo se apresente à minha volta, por mais que tenha dias repletos de retalhos de amor com os quais faço a minha capa de amizade, à noite , tudo se revela.
Tudo me incita a pensar nestas coisas que se desenrolam depressa de mais, tudo propicia ao descontrolo da fé, ao evadir-se da força, ao dar largas às lágrimas.
Durante o dia ajo como se tivesse dormido toda a noite. Como se esta não estivesse salpicada de pesadelos, insónias e prantos.
Durante o dia visto a minha capa de amizade. É ela que torna tudo bem mais fácil e me faz esquecer apenas um pouco de tudo o que a noite trouxe.
E vistas bem as coisas, isso já é muito.




Um Beijo

*

2 comentários:

Anónimo disse...

Um dia, numa conversa com a minha mãe, eu fiz-lhe uma pergunta: Se pudesses ter somente um desejo, qual é que escolherias? Ela, obviamente na sua qualidade maternal respondeu que queria ver os seus filhos sucederem na vida. Natural, claro. Um sentimento mais que digno, mas, apesar disso não deixa de ser claramente óbvio.

Como seria de esperar, ela colocou-me a mesma pergunta. Eu hesitei, como hesito sempre perante tal tipo de perguntas, pensando relamente aquilo que queria. Demorei cerca de um minuto até responder. E eis o que me saiu dos lábios: «Se apenas pudesse desejar uma coisa, e se essa coisa se tornasse realidade, almejaria somente ser uma pessoa melhor!»

A minha mãe ficou espantada sem perceber, claro, o que eu queria dizer. Pensou, como qualquer ser humano pensaria que estava a ser extraordinariamente egoísta. Mas não... Apenas desejava ser uma pessoa melhor, em todas as concepções da palavra! Melhor aluno, melhor filho, melhor amigo, melhor escritor, melhor actor, melhor desportista, melhor músico, melhor constructor, melhor amante, melhor namorado, melhor pessoa, no fim de contas!

Não, não tenho falta de auto-estima. Apenas desejava isto para puder dar às pessoas que tanto amo, as felicidades que ainda não pude dar. Apenas queria ser melhor em tudo, para puder secar as lágrimas que um amigo meu derrame por questões aparentemente fúteis, mas aquando da tentativa de desenrolar o novelo que as absorve, nos apercebemos que são mais importantes que muitas convicções nossas. Almejava isto para puder mostrar às pessoas que às vezes vale a pena sorrir, mesmo quando todo o mundo nos deprime. Sonhava com isto, para puder oferecer uma pétala de sabedoria a todos aqueles que me têm acompanhado e para puder demonstrar que um ser humano é capaz de realizar a maior maravilha do mundo: amar! Idealizava tal para puder fazer alguém sorrir...

Agora apercebo-me que não sou perfeito. Não sou melhor em tudo aquilo que agora já sou bom, e muito menos sou razoável naquilo a que sou mau! Mas uma coisa mantém-se enquanto o meu espírito prevalecer como uma alma inquebrável: tentarei, para sempre, fazer sorrir aqueles que me amam, e acima de tudo, demonstrar-lhes-ei que a vida é bela e que vale a pena vivê-la.

Deprimente não é ver uma rapariga chorar porque a vida lhe corre mal. Deprimente é quando essa mesma rapariga não se quer sujeitar às situações grandiosas que a vida lhe tm para oferecer. Parafraseando uma citação: «Nunca chores por nada nesta vida, pois um dia a oportunidade poderá bater-te à porta e nesse instante estarás demasiado ocupada relembrando tudo o que perdeste!»

Estará certa? Só tu me poderás dizer...


Beijos, adoro-te. E desculpa o testamnento...

Anónimo disse...

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