segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Parêntesis

(Lentamente, a neblina nocturna vai-se dissolvendo sob o efeito dum sol que amanhece glorioso. E com essa neblina que se levanta como quem não quer a coisa, também o fascínio se vai esfumando no ar, deixando os olhos mais abertos à realidade que os rodeia. Essa nébula de deslumbramento é um mui grande perigo. Pode permanecer intacta durante tempos longos demais, forçando os olhos à semicerração tola, encaminhando os pés para valas profundas disfarçadas de sorrisos antigos.

Sim, não há como o brilho honesto do sol matinal. Dissipa fantasias e realça o efectivamente verdadeiro; acorda as pálpebras para o que existe, de facto; relembra que de nada adianta viver em sombras indistintas, disfarçadas de prazeres ingénuos. Não há como viver na luz, bem certo do que é e do que não é. Evita mui grandes confusões
.)

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