quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"No wonder we feel like we don't really belong here...

Gosto de caminhar e olhar o céu. Em 99% das alturas sinto-me tentada a parar no meio do passeio e contemplar o universo, apenas. Mas se já me tomam por louca por andar de olhos na lua, literalmente, quanto mais se estagnasse o passo e permanecesse alucinadamente impávida a observar a criação Dele… A verdade é que é impossível não fixar esse imenso céu, não calcorrear as ruas calmas pouco depois da hora do jantar só para olhar as inúmeras e imensas estrelas conscientemente dispersas por um infinito tremendamente eterno.
Sentir o vento frio soprar o cabelo em muitas direcções diferentes, aconchegar um lenço ao pescoço e experimentar o odor que a pele lhe passou, levantar não só os olhos, mas a cabeça inteira, para me deixar absorver por esse imenso céu, esse imenso eterno, essa imensa e fabulosa criação, tão transcendentemente intemporal. Nesses passeios destituídos de gente e de correrias, de fúrias e medos, destituídos de crises e clichés, destituídos de inseguranças e máscaras que a sociedade fabrica; nesses passeios nocturnos há luz e luz em abundância.
Porque perto do Rei tudo é mínimo. Tudo o que é terreno esfuma-se, dissolve-se num pó quase imaterial. Perto do Santo é tudo tão ineficaz. Nada resulta como as Suas soluções, nada conhece como o Seu olhar, nada ama como o Seu coração. Perto do Pai a relatividade é a mais óbvia das respostas, não há quem se compare à Sua magnificência.
E estar assim, perto, muito perto, como quando me sinto engolida pelo universo inteiro, com as suas estrelas a anos-luz de distância e as suas luas e os seus remotos planetas, é uma bênção e honra e privilégio de tal maneira grande que estas palavras todas são míseras migalhas de expressão, permanecendo muito aquém do que realmente experimento. Sim, acho que me vou deixar estagnar a meio do próximo passeio e permanecer em contemplação pura; só porque gosto muito de me sentir pequenina perto de tal obra, só porque me apraz mergulhar nesse imenso céu, apenas porque tal paz é imperativa.

Sem comentários: