quinta-feira, 9 de março de 2017

Rosita, Aline e Susana

A versão do disco:

A versão do Tivoli:

Quando ouço esta música sou transportada para a casa dos meus avós Anita e Paulino, num daqueles domingos de casa cheia, todo o dia (almoço e jantar). Imagino o meu tio Zeca a escolher algo com este embalo para ambientar o fim de tarde, e a minha tia Isa a queixar-se que os mais novos "já nem sabem dar passadas".

Quando ouço esta música viajo para a mesa dos meus avós Francisca e Fernando, ele a contar histórias infinitas sobre Angola, ela a dizer-lhe que se despachasse a acabar a sopa, que "já está fria e eu não quero aquecer isso outra vez!" Todos os que estavam à volta daquela mesa minúscula na cozinha apertada bebiam dos seus contos mirabolantes, e eu pensava com os meus botões que devia sentar-me com ele um dia inteiro e gravar toda a sua narrativa de vida. Arrependo-me muito de nunca ter concretizado este desejo.

A Aline escreveu esta crónica sobre "Susana" e a sua autora. Também quero aprender a falar kimbundo, nem que seja só para entender este poema. Faço das palavras da Aline as minhas: "“Susana Filipa ny Madyca, Donana ny Antonika”, das melodias mais lindas que esta terra ouviu".

1 comentário:

Maria João Martins Barreiro disse...

Minha querida que lindo, saudade é a única palavra que sinto de ti, dos vóvós, já que não registaste as histórias do vôvô Fernando começa a registar as tuas memórias com eles. Sabes? a Belita Palma, referenciada na crónica da Aline foi casada com um primo da vóvó Chica, uma senhora muito bonita e elegante, lembro-me dela assim muito meiga, tinha uma voz muito linda.
Beijocas
Mamã