sábado, 1 de julho de 2006

Ela sai proferindo as mesmas palavras que tantas vezes gritou anteriormente.
A mesma ladainha que é suposto chamar a minha atenção para os meus enganos, mas que não faz mais que o contrário.
Tem um prazer enorme em amaldiçoar novas tecnologias e inovações na comunicação global, sente-se bem a gritar-me que não faço mais do que perder tempo em frente a uma máquina que não me leva a lado nenhum.
Diz ela que, para conversas da treta, mais vale encontrar-me com as pessoas ao vivo e a cores e afirma com todas as suas forças que estou deveras viciada nisto da Internet/Messenger/Computador e afins.
Frisa pela enésima vez que me esqueci da minha cultura geral na gaveta, que já não leio um jornal nem um simples livro.

Sim, ela diz-me todas estas coisas.

Começo então a analisar cada acusação que me é feita de uma maneira tão brusca, e com tanta certeza da sua parte.
Reparo que, quando estou aqui em frente desta máquina, estou a pesquisar informação pela qual me interesso, ou então a vaguear pela ‘blogosfera’ depois de ter escrito mais umas quantas coisas que precisava de tirar de mim.
Reparo também, que quando estou no dito chat habitual, só falo com meia dúzia de gatos pingados, visto que as mensagens servem-me bem melhor na questão de combinar encontros com o pessoal, e que prefiro mil e uma vezes olhar quem quer que seja nos olhos enquanto conversamos.

Viciada? É por essa razão que me encontro tantas vezes no sofá agarrada à última descoberta que fiz na biblioteca, ou de volta do artigo interessante que encontrei numa certa revista?

Acho que estas respostas não lhe servem. Os seus argumentos são todos falaciosos e, tal como eu esperava, não está disposta a ouvir-me contra-argumentar. É por essa razão que nem me dou ao trabalho de responder de volta. Limito-me a observar a sua boca mover-se muito rapidamente enquanto me ataca com palavras que cortam como espadas. Limito-me a, após tais situações, limpar os cortes com a indiferença, concentrando-me na melodia que ouço.



-*-


Depois de tudo isto, e ainda antes do seu regresso, liga-me o tio a avisar de um outro acontecimento, um desmarcar de um compromisso que eu nem sabia que existia, e a referir-se ao dito jogo de Portugal.
Diz-me ele que pode muito bem ser este o último jogo do País.
Eu respondo que há que ter esperança e alguma confiança na Selecção, não ?
Ele começa então a dissertar sobre as inúmeras intervenções da Inglaterra ao longo do tempo na história Portuguesa, quando nos ajudou em batalhas, na organização das nossas tropas em momentos críticos, quando se apoderou do nosso tão precioso Mapa cor-de-rosa, entre outros. Fala de ser realista e de estarmos preparados para o pior, porque aquela Selecção é bem melhor que a nossa.
E diz ainda que tem confiança na equipa, não no Seleccionador. Que ‘o Scollari só se interessou por gerar a discórdia entre as selecções, fazendo disto um campo de batalha’.
Finaliza com um ‘e eu também não acredito na Nossa Senhora do Caravaggio’.

-.-‘

‘Também não presto culto a essa Senhora’, penso enquanto me despeço, ansiosa por desligar o telefone. Ainda assim, para quê criticar quem acredita? Tenho mesmo de ouvir tudo isto, e de aceitar todas estas afirmações como verdadeiras? Não quis alimentar a discussão por falta de paciência. Paciência essa que ainda não arranjei para comentar esta rajada de opiniões, que em muitos aspectos não se enquadram na minha.


Acordei tão bem, fiz tudo como planeado. A meio da manhã já estou com dois sapos engolidos.
É o que dá acordar cedo.


Um beijo

*

4 comentários:

Anónimo disse...

HM HM deretume td a ler o que eskreves!

*

beijoOOo

Anónimo disse...

Vou ser sincera e dizer que nem me dei ao trabalho de ler o texto, nao por falta de vonta, mas por falta de tempo...
Fica aqui a promessa de que voltarei mais tarde para o ler!
Obrigado pela força em todos os momentos!
Ja actualizei o meu "queimado" blog...
=)

Anónimo disse...

ON meu pai e assim XAnfado deu em doido ainda em pequeno ........
XD

nao vale aPENA MEXMO !!


CAMBADA DE DIARREIAS MENTAIS!!!

BJOOO!!

Anónimo disse...

Sabes, para todos os cortes, existe sempre água oxigenada para desinfectar! E a ferida fica sarada... mas a cicatriz? Bem, essa demora muito a desaparecer, quando desaparece claro está!

Neste teu caso, apenas depende de ti determinares o tempo que demorará a sarar. Os pais às vezes parecem-nos inflexiveis, intransigentes, psicadélicos, até mesmo, estúpidos, mas nunca o são! Eles lá terão as suas razões, embora que por vezes incompreensíveis.

E não, não me pareces fútil! Pareces-me ser uma raridade entre a juventude de hoje em dia.

Beijinhos jovem. * * * * * * + (já comentei todos XD)