Ao conter todas as emoções numa caixa, algures no armário do meu ser, não me é licito traduzi-las; (re) expressá-las em vocábulos perceptíveis (até) à minha pessoa.
Quando tento, as palavras entalam-se na garganta, querendo sair todas de uma vez só, para que a percepção de determinadas realidades doa menos.
Não há como controlar as malandras, que instalam a balbúrdia e desordem na estrada que as conduz para o exterior, para o mundo audível ou visível em que nos encontramos.
Ao quererem tanto sair atabalhoadamente, acabam por se entalar ou atropelar, acabam por perder a paciência na tentativa frustrada que é fazerem-se ouvir; e nisto desistem.
Cada passo dado, cada hora atravessada, cada respirar, tem sido uma aprendizagem estrondosa e inesperada. Cada pequeno momento passou a ser um local de reflexão, de decisão. Passou a ser um local onde a quietude é desconhecida, pois as transformações são vulcões extremamente activos, que cospem lavas quentes e geradoras de queimaduras dilacerantes.
Depois disto, e através dos gases formados por tantas erupções, vêm as nuvens, e água que inunda, que limpa, que acalma e reage em equilíbrio com todos os compostos formados; de modo a que a lava outrora liquida e marcadamente escaldante, arrefece e solidifica. Transforma-se num solo propício a plantações de novas e frescas sementes; transfigura-se, converte-se em terreno fértil e seguro, conveniente para o amadurecimento de novas ideias e sonhos.
Dadas as circunstâncias, há que saber esperar. Esperar que a época de vulcanismo intenso atinja o seu termo, para que o meu ser repouse e amadureça tantas ideias, conceitos, constatações, sonhos, aspirações. Pode ser que nessa altura eu me dirija até ao armário secreto do meu ser, inspire bem fundo e destranque as palavras guardadas na caixa. Pode ser que as solte e as deixe correr, saltar, brincar, pular por cada recanto de mim. Com certeza que, devido ao seu carisma maroto, atrevido e verdadeiro, elas irão desarrumar a ordem em que me encontrava, partirão alguns objectos de carácter quebrável, abrirão as portas e janelas (que causarão correntes de ar, provocarão alarido e deixarão entrar o sol e o luar). Pode até ser que acordem uns quantos vulcões.
Ainda assim, no tempo certo, eu encaminharei os meus passos para essa caixa e soltarei as palavras que escondo; deixando-as fazer aquilo que lhes compete.
Quem sabe se elas não encontrão a ordem correcta para saírem de mim e se dirigirem até aos teus ouvidos, de modo a que possas escutar o que os meus olhos calam há tanto tempo; de maneira a que o meu verdadeiro sentimento se expresse sem receio de sofrer represálias, sem sentir embaraço de respirar pela existência da tua pessoa.
Quem sabe se um dia elas não falam por mim, e repetem que ainda penso em ti, que ainda me provocas desconforto, arrepios, borboletas, sorrisos, memórias, quente, frio, e tantas, tantas, tantas sensações imprecisas e controversas.
Como eu gostava de soltar já as minhas palavras, e depois soltar-me para te encontrar.
Quando tento, as palavras entalam-se na garganta, querendo sair todas de uma vez só, para que a percepção de determinadas realidades doa menos.
Não há como controlar as malandras, que instalam a balbúrdia e desordem na estrada que as conduz para o exterior, para o mundo audível ou visível em que nos encontramos.
Ao quererem tanto sair atabalhoadamente, acabam por se entalar ou atropelar, acabam por perder a paciência na tentativa frustrada que é fazerem-se ouvir; e nisto desistem.
Cada passo dado, cada hora atravessada, cada respirar, tem sido uma aprendizagem estrondosa e inesperada. Cada pequeno momento passou a ser um local de reflexão, de decisão. Passou a ser um local onde a quietude é desconhecida, pois as transformações são vulcões extremamente activos, que cospem lavas quentes e geradoras de queimaduras dilacerantes.
Depois disto, e através dos gases formados por tantas erupções, vêm as nuvens, e água que inunda, que limpa, que acalma e reage em equilíbrio com todos os compostos formados; de modo a que a lava outrora liquida e marcadamente escaldante, arrefece e solidifica. Transforma-se num solo propício a plantações de novas e frescas sementes; transfigura-se, converte-se em terreno fértil e seguro, conveniente para o amadurecimento de novas ideias e sonhos.
Dadas as circunstâncias, há que saber esperar. Esperar que a época de vulcanismo intenso atinja o seu termo, para que o meu ser repouse e amadureça tantas ideias, conceitos, constatações, sonhos, aspirações. Pode ser que nessa altura eu me dirija até ao armário secreto do meu ser, inspire bem fundo e destranque as palavras guardadas na caixa. Pode ser que as solte e as deixe correr, saltar, brincar, pular por cada recanto de mim. Com certeza que, devido ao seu carisma maroto, atrevido e verdadeiro, elas irão desarrumar a ordem em que me encontrava, partirão alguns objectos de carácter quebrável, abrirão as portas e janelas (que causarão correntes de ar, provocarão alarido e deixarão entrar o sol e o luar). Pode até ser que acordem uns quantos vulcões.
Ainda assim, no tempo certo, eu encaminharei os meus passos para essa caixa e soltarei as palavras que escondo; deixando-as fazer aquilo que lhes compete.
Quem sabe se elas não encontrão a ordem correcta para saírem de mim e se dirigirem até aos teus ouvidos, de modo a que possas escutar o que os meus olhos calam há tanto tempo; de maneira a que o meu verdadeiro sentimento se expresse sem receio de sofrer represálias, sem sentir embaraço de respirar pela existência da tua pessoa.
Quem sabe se um dia elas não falam por mim, e repetem que ainda penso em ti, que ainda me provocas desconforto, arrepios, borboletas, sorrisos, memórias, quente, frio, e tantas, tantas, tantas sensações imprecisas e controversas.
Como eu gostava de soltar já as minhas palavras, e depois soltar-me para te encontrar.
Bom resto de dia*
(Temos uma nova colaboradora)
3 comentários:
OMG...
heteronimos, isso lembra me as aulas de portugues... oh god, perseguição diabolica.. vai de reto fernando pessoa!! XD
Bem, dps desta divagação um tanto ou quanto "wowow", e dos meus risos por me lembrar da marta aka carmem na festa de anos da joana..
Enfim, agora sim o comentario...
Adorei, genial como smp ne?
Espero que esta coisa dos heteronimos te esteja a dar uma grande pica, e que nao sejas cmo o pessoa k nao se lembrava de nada (ou fingia que nao se lembrava) e que se enfrascava (e snifava diga-se) à força toda.
Ainda assim nao lhe tiro o merito.
Grande poeta.
O devia dizer grandes "poetas"?
Beijo grande jovem (poeta)
digas o que disseres... o texto cheira-me a andreia! x'D
impecável, amiga.
beijinho* [ com muita saudade.! ]
Andreia ou não... o texto tocou-me. Acho que me identifico com a história do vulcão. Acho que o momento pelo qual estou a passar é a fase que antecede a erupção. A fase em que tudo está a ficar mais quente, o coração mais quente, a cabeça mais quente e tudo está prestes a querer saltar cá para fora! Ainda não chegou o momento da minha erupção violenta e cheia de lava.
Noutros tempos, qdo eu tinha a tua idade, andei a escrever quase assim, mas parei, qdo uma parte da minha vida deixou de ter significado - a parte sensivel e sentimental. Nunca percas essa veia! Vai sempre escrevendo mesmo k seja uma patetice o que vais dizer.
bjs Caracol =P
vemo-nos sabado na reunião!
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