quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Acerca do querer ir estudar para a minha terra


Ontem à noite deitei-me a pensar acerca desta questão, esta de querer tanto tirar o meu (mal) afamado curso para aquela que é a minha terra. Ao partilhar este sentir com aqueles que me rodeiam, os familiares e os amigos essencialmente, dou com todos eles a fazerem as mesmas perguntas, a terem as mesmas reacções, a quererem manter-me geograficamente perto por bem ou por mal. Assim, ponderei os seus argumentos como nunca antes tinha feito; analisei as suas críticas, os seus incentivos, as suas conclusões. Seguiu-se este rabisco no bloco:

FAQ ACERCA DE PORQUE É QUE QUERO IR ESTUDAR PARA LONGE

1- O quê? Tão longe?

Sim, e não. É um pouco longe, mas não tão longe como parece. Não é que vá para a China! Vendo bem é já aqui ao virar da esquina, a (aproximadamente) 390 km de distância. Coisa pouca!

2- Onde vais ficar indo para tão longe?


Em casa dos meus avós com quem tenho passado pouco tempo destes anos; aquele é o sítio ideal.

3- Olha que não! (Já está mais que visto que esta objecção é materna) A casa dos avós é um alvoroço! Recebem visitas constantemente, não terás um quarto só teu, nem todas as comodidades a que estás habituada. O teu espaço não será fixo, e não sei se terás tanta tranquilidade como a que encontras na tua casa.

Este é um argumento forte, muito forte. Mas creio que necessito de aprender a abdicar do conforto e das coisas que tomo por garantidas para atingir um objectivo maior e meu. Preciso de arriscar, aprender a conviver com algumas adversidades (que, pensando bem, não vão ser assim tantas!). Quero começar a voar um bocadinho.

4- Ah! Já estou a ver porque queres ir para lá... Há interesses amorosos pelo meio, não é?

Até se poderia dar o caso, mas na verdade, não. Seria fútil e insensato da minha parte mudar-me por causa de um simples "interesse amoroso". Se houver alguma coisa deste género a influenciar-me, é mesmo o amor que tenho por aquela região, essa que me viu nascer e pela qual me sinto fortemente atraída, nem sei bem porquê.

5- Então e os teus amigos, os teus pais, vais conseguir aguentar?

Não sei. Todas as minhas verdadeiras amizades sobreviveram a esses factores ditos letais, nomeadamente a distância, que não me intimida. O mais difícil de suportar serão as saudades, que doem; a verdade é que anseio por conhecer novas gentes e passar mais tempo com quem pouco partilho. Os pais, os amigos, a família, não deixarão de ter esse estatuto por me afastar fisicamente durante uns tempos.

6- Mas é mesmo preciso ser ali?

Sim; aquele é um local que quero descobrir, desbravar, tornar meu. Quero habitar ali mais do que um mês, criar laços com sítios mágicos, voltar a uma das minhas raízes. Ali todas as condições são favoráveis para o meu crescimento, e para a quebra das rotinas tão instauradas na minha existência. Ali, aprender a viver por mim, verdadeiramente.

-*-

Tudo isto fez com que os prós e contras se consolidassem e originassem uma visão mais conscienciosa daquilo que quero fazer. Apesar de ser um desejo grande, deixarei o futuro para Quem se encarrega sempre dele. O que daí vier, será o melhor para mim.


Um beijinho*

Sem comentários: