terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mudam-se os tempos.

O Verão passou como um sopro suave e breve, alucinantemente depressa. Um sopro saboroso, morno e apetecível, mas que se dissipa mal se inicia a degustação do seu aprazível paladar. Passou veloz, é bem verdade, mas pejado de histórias incontornáveis. Talvez por isso tenha passado não como um sopro suave e breve, mas como uma rajada intensa e fugaz, alterando, num curto intervalo de tempo, a estabilidade que se afigurava duradoura.

Naturalmente, com a mudança de estação alteraram-se os hábitos. Vestem-se sobretudos aconchegantes, vestem-se mentalidades solidárias (como tão bem convém à época), o alimento esquecido no exterior do seu lugar de conserva já não se estraga com facilidade, a água já não se quer tão fresca como outrora, anseia-se por um passeio à beira mar e não por um banho no seu interior…

Porém nem tudo se modificou com a debandada do Verão. Factos que, à partida, nem tinham uma existência tão promissora, perduraram para além dos dias quentes e exóticos, prolongaram-se por estações suas desconhecidas, contra quaisquer expectativas. É caso para reflectir no que de bom se manteve desse Verão que nos deixou faz uns meses, no que nasceu num Verão como tantos outros e, por razões minhas desconhecidas, se quebrou instantaneamente ou se espraiou pelo tempo e sua implacável passagem.


A mudança em todas as coisas é desejável.
Aristóteles

Será?

1 comentário:

Anónimo disse...

às vezes não..
bonito texto querida, como sempre*