Os olhos viajam pelo mundo que gira fora da janela. Está calor, mas o nariz funga feito louco, entupido de um misto de alergias e constipações obstinadas. O sol iniciou o processo de se pôr por trás do horizonte, a Terra tornou a girar e ninguém deu por nada (ou fui só eu?). O vento sacode os ramos das árvores raras, agora que podaram as mais antigas para renovar a terra e as vistas dos seres aqui viventes. Ouvem-se os passos dos transeuntes que cruzam o alcatrão e a calçada, ouvem-se os pneus dos carros e seus poluidores motores. As janelas são invadidas pela brisa forte, que afecta as cortinas anexadas à parede. A menina Tavares canta as suas canções novas para mim, e todas elas sabem a certo, a bom, a simples, a mágico, a bênção.
Afasto de mim a lembrança que este vento trouxe consigo, contemplo apenas este momento giratoriamente transitório… estarei aqui na próxima volta?
Afasto de mim a lembrança que este vento trouxe consigo, contemplo apenas este momento giratoriamente transitório… estarei aqui na próxima volta?
“Po bo pé dianti kel otu pé, ié ié.”(*)
(*) “Põe o teu pé em frente desse outro pé, ié ié”
1 comentário:
gosto desta lírica do quotidiano, wendy. muito. és o meu cesário verde século XXI :)
Enviar um comentário