segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fisionomísses

Sou fascinada por caras. Para mim é sempre avassalador poder verificar que há tantos narizes diferentes, tantos formatos de lábios, tantas variedades de olhos, cores, sobrancelhas, orelhas… e como a quantidade de combinações parece infinita. É-me difícil considerar uma pessoa feia; sou obcecadamente fã da diversidade. Mas isto não é o melhor das caras. O melhor das caras são, sem dúvida (!), as expressões! Ah, como eu me regalo a ver o esforço na testa, a contracção das bochechas, o beicinho ou a comichão, cada particularidade apetitosamente expressiva.

Rebolo a rir por dentro com as caras das pessoas. E não é um gozo maldoso, é um gozo de quem se deleita nas maravilhas da Criação. Cada qual com a suas coisas emblemáticas, todos juntos num explosivo cocktail de caras que se expressam sem pensar.

É um fascínio, ponto final.




NOTA: Este texto é de dia 15 de Novembro do presente ano, e foi escrito na biblioteca. Uma vez que estou, agora mesmo, perdidamente distraída na biblioteca, resolvi partilhá-lo. Isto que escrevi assola-me trezentas mil vezes por dia. E é muito comum, também na biblioteca, esquecer-me dos papéis e do estudo por ficar a olhar para as caras de quem me circunda.

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